Segundo o médico Gustavo Khattar de Godoy, a atenção primária à saúde (APS) representa o primeiro ponto de contato entre o cidadão e o sistema de saúde, funcionando como a porta de entrada que organiza e coordena o cuidado ao longo do tempo. Ela oferece atendimento contínuo, acessível e abrangente, sendo capaz de identificar precocemente doenças, acompanhar condições crônicas e orientar práticas de promoção da saúde.
Países que priorizam a atenção primária conseguem resultados mais consistentes em indicadores como expectativa de vida, mortalidade infantil e controle de doenças crônicas. Saiba mais, a seguir!
Como o investimento em prevenção impacta os custos da saúde pública?
Investir em prevenção é, comprovadamente, uma das estratégias mais eficazes para reduzir os custos com saúde a médio e longo prazo. A lógica é simples: prevenir é sempre mais barato do que tratar. Doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e diversas formas de câncer têm forte relação com fatores comportamentais e ambientais que podem ser modificados por ações educativas, políticas públicas e acompanhamento precoce.
Quando essas condições são diagnosticadas tardiamente, exigem tratamentos caros, internações frequentes e intervenções complexas, informa o doutor Gustavo Khattar de Godoy. Ao direcionar recursos para programas de prevenção e detecção precoce, os sistemas de saúde evitam o agravamento de quadros clínicos e aliviam a sobrecarga sobre serviços especializados e hospitais.
O que está faltando para consolidar a atenção básica como prioridade nacional?
Apesar do discurso político destacar frequentemente a importância da atenção primária, ainda há lacunas significativas. Faltam investimentos consistentes e regulares em infraestrutura, contratação e capacitação de profissionais, além de melhorias na gestão e na informatização dos serviços. Muitas unidades básicas de saúde operam com equipes incompletas, sem equipamentos adequados e com pouca integração com outras áreas do sistema.
Além disso, o doutor Gustavo Khattar de Godoy explica que políticas de financiamento muitas vezes favorecem o setor hospitalar ou emergencial, perpetuando um modelo reativo, centrado na doença. Para consolidar a APS como prioridade, é necessário reequilibrar os investimentos, fortalecer a coordenação entre os níveis de atenção e garantir continuidade nas políticas públicas, independentemente de mudanças de governo.
Como a promoção da saúde contribui para comunidades mais resilientes?
A promoção da saúde vai além da prevenção de doenças: ela atua na criação de ambientes favoráveis ao bem-estar físico, mental e social das populações. Envolve ações como incentivo à prática de atividades físicas, alimentação saudável, combate ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool, além de medidas para reduzir a desigualdade social e melhorar o acesso à educação, moradia e saneamento.
De acordo com o doutor Gustavo Khattar de Godoy, comunidades que se tornam mais conscientes e ativas em relação à sua saúde desenvolvem maior autonomia, resiliência e capacidade de enfrentamento diante de crises sanitárias, como ficou evidente durante a pandemia de COVID-19. Promover a saúde é, portanto, uma estratégia de empoderamento coletivo, com impactos duradouros na qualidade de vida.
Em suma, o fortalecimento da atenção primária e da prevenção não é apenas uma escolha estratégica, mas uma necessidade para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde diante do envelhecimento populacional, do aumento das doenças crônicas e das crises sanitárias recorrentes. Para o médico Gustavo Khattar de Godoy, um modelo baseado no cuidado contínuo, humanizado e centrado na comunidade tem capacidade de transformar realidades, reduzir desigualdades e gerar ganhos significativos em qualidade de vida.
Autor: Plimp Malvern
